19.4.13

I'd rather you hear it from me first, unrehearsed


Hoje faz nove meses que você é um idiota. Um completo idiota. Mas não se confunda, eu não percebi isso só agora. Já faz nove meses que eu sei disso. Nove meses que eu sei disso e muitas outras coisas. Como, por exemplo, que rock não é como eu achava que era, que aprender a tocar violão sozinho é totalmente possível, que as pessoas julgam demais as outras, que a sociologia não é tão chata assim - muito menos a filosofia -, que religião é pura bobagem e hipocrisia, que séries de ação podem ser muito boas, que garotos também pensam nas coisas idiotas antes e depois de ficar, que beleza não é assim tão importante, que a politica brasileira seria muito melhor se as pessoas se importassem com ela, que irmãos podem não gostar de suas irmãs, que até o mais insensível de todos tem suas fraquezas e que um garoto determinado consegue conciliar muitas coisas na vida, não importa se elas são chatas ou insuportáveis. Mas mesmo aprendendo tudo isso e muito mais, todos esses meses não me adiantaram em nada, se você quer saber. Atrasou-me um pouco, pra ser sincera. Tudo bem, eu entendi que quando as coisas são muito fáceis elas perdem a graça, mas... Essa história já teve graça demais. Às vezes se precisa de um pouco de tristeza e... Olha que surpresa! Essa história também já teve muita tristeza.
     
Nove meses perdidos, ou nove meses ganhos. Você é quem escolhe. E aqui estou eu, novamente, te dando as cartas do jogo. Esse jogo costumava ser meu. Eu dava as cartas, você só as embaralhava. Mas você sabia fazer isso tão bem, que acabou me embaralhando junto. Me tirou da ordem, me perdi do meu naipe, mudei de jogo. Só sabia jogar truco e fui parar justo no poker... A sua melhor modalidade. Na verdade, é ridículo dizer isso. Sua “melhor” modalidade não existe. Você é bom na porra do que você quiser. Mas bom mesmo, mesmo, só em me ganhar... Ah e isso você faz com perfeição! Sabe as estratégias certas, meus pontos fracos e fortes, a hora de começar o jogo, a hora de fraquejar e a hora do xeque-mate. Mas será que já não está na hora da nossa partida final? Sem mais rodeios, sem mais metáforas ou qualquer outra figura de linguagem. Chega de segredos. Eu costumava te contar todos eles, até você virar o principal, e eu não quero que você seja o principal. Cansei de perder tempo dando tantos tiros no escuro, apostando no futuro e esquecendo do presente. Preciso aceitar que o meu presente não é você e que não há garantias em contar com o futuro. O futuro é incerto e pode não existir. Quem pode dizer? Ninguém. Nem eu que estou sempre certa, e nem você que sabe tudo, meu amor.
     
Pensei em te escrever hoje cedo. Dizer tudo, tudo isso que estou dizendo aqui. Pensei em me render, me derramar em teus braços, te dar - ainda mais - certeza de que você me tem nas mãos. Só pensei. Eu faço tudo errado e você sabe disso. Eu sou uma otária - ou a rainha das babacas, como você preferir -, e você também sabe disso. Você sabe coisas demais, e não sabe do principal. Ou será que sabe? Estou fechando um ciclo e começando outro. Esses próximos nove meses serão diferentes. Me desculpe, antecipadamente, pelas coisas que estou pensando em lhe dizer. Quero te dizer que hoje faz nove meses de que você é um idiota. Um completo idiota. Mas não se confunda: você é o meu completo idiota. E é assim que eu gosto. 

- Em Tenebris 

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