Eu estava embaixo d’água quando percebi. O silêncio
abafado e a escuridão do mergulho me avisavam o que eu já tinha certeza: eu
estava viva. E a única pessoa de quem eu realmente precisava me olhava pelo
reflexo na água e sorria, tanto, depois de tanto tempo.
Depois da tempestade,
finalmente,
o
alivio.
Sou as palavras que escrevo, sou os sentimentos que
sinto, as pessoas que amo, os medos que me afligem, os sonhos que idealizo, as
vontades que vivo – e também as que escondo. Sou os lugares que quero ir, os
planos que faço, os livros que leio. Sou as lágrimas que escorrem pelo meu
rosto, sou o sorriso que vem para curar. Sou o que sou e ponto, e já não há
nada para mudar.
O vento me beijava no rosto, o sol me chamava para
dançar. Risadas ecoando ao meu redor e eu estava inteira. Sem mais. Sem
acompanhamentos, sem excetos, sem motivos. Eu finalmente estava inteira.
Com a vida toda diante de mim, sonhos queimando o
peito, vontades subindo pela garganta. Gargalhadas ecoando no espaço, cabelos
ao vento.
O mundo é meu, o mundo é meu.
O mundo é meu, o mundo é meu.
O mundo é bom.
E eu sou minha de novo.
- Em Purgare
Lindo texto Vica
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirUm dos melhores textos que já li, Vica.
ResponderExcluirAmeiiiiii
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