Ando com vontade de avisar pra todo mundo o que está acontecendo. Evitar qualquer aproximação suspeita e sempre dizer: "me desculpe, estou uma bagunça." Não se apaixonem por mim, não se interessem, não me achem legal. Não agora. Estou de cabeça pra baixo desde que um certo cara chegou e eu não estou conseguindo voltar ao normal.
Ta tudo diferente. Tudo que era claro está voltando a ser escuro, parece que a época negra voltou. Não vejo mais rosas do jardim, nem gerânios... Estou vendo cravos e cactos, bem feios, quase mortos. As tulipas amarelas sumiram. Só restaram as pétalas sem vida pelo chão. Um breve rastro da felicidade que ali habitava, um breve rastro de você. Talvez, para me provar que foi verdade. Que aconteceu. Que você existiu.
Não existe mais. Estou lhe matando dentro de mim, aos poucos. Por isso, queria avisar aos outros, que não se aproximassem. Preciso me fechar por um tempo, para poder me abrir de novo. Me desculpem, eu não queria estar assim. Estou desacreditada. Alguém passou por mim e levou tudo. Preciso limpar esse chão, tirar a maquiagem, trocar os pijamas velhos, arrancar as fotos das paredes, pentear o cabelo e aprender a sorrir de novo. Sorrir de verdade, com o coração. Preparar a terra, abrir as janelas, deixar o vento entrar. Passar um tempo comigo, conhecendo mais da minha escuridão.
O que aconteceu por aqui? Como pude deixar chegar a esse ponto? Preciso dar um jeito nisso. Não há tempo. Não temos tempo. A vida passa tão rápido... Tenho medo de ter me esgotado. Vou me fechar. Sorrir a porra de quem eu quiser; chega de sorrisos para todos. Deu de infelicidade escondida. To apagando suas fotos. Vou deletar teu número do celular. Não é tentar ser feliz, é não deixar a tristeza ganhar. E ela não vai ganhar de novo.
- Em Purgare.
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