Musica alta, salão escuro e quase vazio.
Algumas pessoas dançavam. Felizes.
"Hoje fecho o salão. Fico até o dia raiar."
Banda falida tocando sucessos do samba de raiz.
Serpentinas e confetes por todo o chão.
Carnaval triste.
Pessoas bêbadas. Celulares desligados. Garrafas vazias.
Mensagens ignoradas. Muita vontade de dançar, esquecer do mundo.
Rodopiando pelo salão, gritando e berrando, não deixando a tristeza vencer.
Extravasar. Fingir que sabe sambar.
No ápice da madrugada todo mundo vira mestre sala e porta bandeira.
Sem medo.
Com medo.
Com vontade de amar alguém, ter alguém pra dançar.
Olhar nos olhos, sorrir.
Ser feliz, só se for a dois.
Um carnaval dolorido. Forçado. Esquecido.
De quebrar o coração de qualquer folião.
Onde o álcool fala mais alto que "Será que ele é bossa nova, será que ele é Maomé?"
Adolescentes chatos, sem alma livre.
Não querem sambar.
Não querem ser feliz.
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