23.5.13

To be with you



     Oi amorzinho, como você está? Eu estou bem e queria que você soubesse disso, você merece saber disso. Já faz um tempinho que não escrevo nem sobre, nem pra você, e isso é de se espantar se formos usar os ultimos dez meses como exemplo. Mas é que sabe, não ando sentindo a mesma necessidade que sentia em escrever sobre você. Antes isso me acalmava, me ajudava a esvaziar todo esse sentimento que eu carrego aqui no lado esquerdo do peito e ficar pronta pra próxima, mas parece que estou amadurecendo essa história: mentalmente e espiritualmente falando.
     Mas eu queria organizar essa gaveta de você. Porque depois de certo tempo precisei comprar uma gaveta e etiquetá-la com seu nome pra poder guardar tudo que lhe pertence aqui dentro. Seus jeitos, suas ações, palavras, manias e defeitos. E todas as outras coisas que rechearam todo esse nosso caminho. Ao retirar todo o conteudo da gaveta, tive uma surpresa meio empactante: reuno mais memórias imaginárias do que reais, e eu acho que isso não é bom, certo?
     Reuno imagens de cenas que nunca aconteceram, como os beijos apaixonados no sofá de casa, as brigas no meio da rua e as tardes passadas em sebos da cidade, onde a gente se perdia, se encontrava, ria e brigava, tudo em um curto espaço de tempo. O engraçado é que lembro-me de ter sido muito feliz imaginando tudo isso, mais feliz até do que quando fico ao lembrar das cenas que realmente aconteceram. Por exemplo: das cinco vezes que nos vimos, uma delas eu detesto sequer lembrar que aconteceu, já que com ela me vem uma tsunami de emoções: musica alta, gente demais, oxigênio de menos e muitos beijos... Mas beijos nos lábios errados, de sua parte e minha também! Não posso me esquecer que também errei naquela noite... Erro, pelo qual não posso deixar de mencionar, que me arrependo amargamente.
     Mas no meio disso tudo também percebo que fui muito feliz te ouvindo suspirar seus medos e aflições. Fui feliz em saber que durante esse tempo teu porto seguro e recosto pra alma era eu, assim como você era, e ainda é, o meu. Devo confessar que quase toda essa história é culpa minha, mas não falo da parte boa, agora já estou me referindo a parte ruim. Eu dei muitos passos em falso e deixei que situações-chave se perdessem muito rápido. Você também errou, e acredito que tenha gostado muito de mim, da mesma forma que eu gostei de você e não te disse, como você também não me disse. Tem coisa que a gente não precisa ouvir pra saber, certo?
     É claro feito água que nossas formas de gostar são bem distintas: eu mergulho de cabeça e você ainda está usando boias. Mas devo confessar outra coisa: ainda tenho esperança de te assistir tirando as boias e mergulhando até mim, com esse teu sorriso tão lindo e a mesma marra de sempre. Eu poderia até dizer que você estaria passando por cima do orgulho, mas quem diria... Nessa história a orgulhosa sou eu e isso também é claro feito água. Você inúmeras vezes veio falar comigo estando errado, e eu raramente fiz isso. Me perdoe por ter demorado tanto tempo pra perceber, mas eu estou tentando melhorar. Espero que você tenha percebido.
     Como já era de se esperar, um texto pra matar a saudade e, pasmem!, falar de coisa boa passou bastante do meu limite de caracteres. Não que exista um limite, mas as pessoas se cansam de textos longos demais. Não as julgo, eu também me cansaria se estivesse vendo essa história de fora, mas como estou assim tão de dentro, leria esse texto inúmeras vezes em alto em bom som pra te fazer ouvir ai da sua casa que meu coração continua de portas abertas pra você. Não estou afim de pensar no quão errada estou em fazer isso, mas vai que por uma breve distração do destino dessa vez eu esteja certa? Breve distração do destino nesse caso significa ter tido um histórico romantico horrivel durante dezesseis anos e ter uma leve esperança de que os cosmos enfim perdoaram as minhas burradas e me deixaram livre pra amar. Quem sabe, não é?
                                                                                          Com amor, daquela que - depois da minha ilustre e amada sogra - mais te quer bem na vida, e disso, você sabe muito bem.
                                                                                          Até qualquer dia, otário. 

- Em Purgare (Fazia tempo que um desses não aparecia por aqui. Eu sei que textos felizes não tocam o coração de ninguém. Mas vocês se importam? Eu não.)  

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