Não sei por onde começar. Você tem
sempre tanto a falar e eu nem sei como iniciar uma redação sobre você. Talvez
porque eu nem imaginava que iria escrever sobre nós assim tão rápido, mas
rapidez é uma coisa que definitivamente combina com a gente. Foi tudo tão
rápido, tão depressa. Foi como um tornado que passa e leva tudo sem nem olhar
pra trás, bem, foi quase isso, a minha sorte foi que você olhou pra trás. Olhou
pra mim.
Achei engraçada a forma que suas mãos se
encaixaram nas minhas. Você perguntou o por quê de eu ter gostado tanto delas e
a resposta era essa, simplesmente encaixou. E eu achei isso diferente. Você é
diferente. Até o seu beijo é diferente. É o tipo de beijo que tira o folêgo e
me faz querer grudar em ti, não soltar nunca mais. Seu jeitinho de mexer as
mãos, ou os pés também é diferente. Você olhava para os lados, depois focava em
meus olhos, me puxava pra perto e pronto: eu já era sua e você nem sabia. Nem
eu sabia. Soube só quando fui embora. Quando senti como se uma parte de mim
tivesse ficado pra trás. Uma parte que eu não quero de volta, uma parte que eu
deixo com você.
Quando cheguei em casa senti aquele seu
cheirinho que fica entre os ombros e o final do pescoço. Aquele cheiro que
ninguém tem igual o de ninguém. Aquele cheiro que eu já senti tantas vezes em
outros pescoços, mas que nenhum conseguiu ser tão bom quanto o seu. Acho que
porque é seu, só por isso. E isso basta. E isso é o suficiente. Um pouco de
você pelo resto da vida me parece justo. Uma vez só de você é covardia, eu não
sou forte o suficiente pra isso. A vida já me tirou tantos amores, mas você eu
não vou deixar ir embora.
- Em Purgare
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