Como já dizia Mario Quintana: “o amor é
feito laço: vive dando voltas, se enrosca mas não embola.” Quando é pra ser ele
simplesmente... acontece.
Com o meu Romeu e a minha Julieta, foi
assim. Eles se cruzaram de forma insignificante, ninguém acreditaria que eles
iriam lutar tanto pra ficar juntos. O reino dele era muito longe do reino dela,
e não tinha muito o que fazer quanto a isso. A não ser planos, infinitos
planos.
Planos de fugir. De se casar. De ter
quatro filhos. De lutar contra o que quer que fosse. De ficar juntos, custe o
que custar. Qualquer um que os visse juntos acreditaria cegamente no amor que
ali transbordava. Um amor puro e sincero, que nem a distância ou as infinitas
brigas foram capazes de separar. Era difícil não se comover com a dor dos dois.
Cada separação uma nova cicatriz que se formava, cada reencontro um curativo.
Assim eles levavam... Assim eles eram felizes. O importante era ter um ao
outro. E foi assim.
Um dia os vi juntos horas antes de uma
das separações. Julieta estava vermelha, tremendo, os olhos mareados, o coração
na mão. Romeu odiava a ver assim, queria poder levá-la consigo, a ter pra
sempre. Ele tinha, claro que tinha, mas as vezes parecia que não. O destino era
traiçoeiro com os dois, e eles sempre acabavam longe, unidos de coração pra
coração.
A lua cheia brilhava por eles. A noite,
que já escurecia a rua, agora servia de cenário para a cena final da peça. Eles
choravam abraçados, já sem conseguir dizer nada. As lágrimas falavam por si só,
os corações aflitos conversavam e tentavam acalmar um ao outro. “Calma, calma,
volto já.” Ia voltar, ia sim! Iam se abraçar, e se amar muito mais do que
qualquer outra vez antes. Como sempre foi. Cada reencontro um recomeço. Um
motivo pra aumentar ainda mais aquele sentimento, que muitas vezes parecia – e
era! – infinito.
O silêncio já era maior. Palavras
estragariam qualquer coisa agora. “Eu te amo” “eu te amo” “vou voltar” “eu sei”
“me espera?” “te espero!” “pra sempre?” “pra sempre!”. E era pra sempre, mal
sabiam eles. Eu sempre soube que eles terminariam juntos, custasse o que
custar. Era difícil ficar longe... Que se casassem então! E assim seria. E
assim foi. Juntos. Pra sempre.
Força Romeu.
Força Julieta.
Vai acabar bem. Vai sim.
E se ainda não está bem, é porque não
chegou no final.
E lembrem-se, eu Frei Lourenço da história,
estarei aqui pra ajudar que o final chegue logo. E chegue bem!
- Em purgare
(Esse texto é uma homenagem para os meus amigos Isabela e João Pedro, que merecem ser muito felizes... Juntos)
Nenhum comentário:
Postar um comentário