26.12.13

É só isso, não tem mais jeito...



      Sei que deve estar se perguntando o que me fez voltar aqui depois de tanto tempo, e a resposta é simples: me deu saudade. 
      Foi assim, de repente. Puff: você.
      Depois de meses lembrei-me de você sem muitos motivos aparentes. Deu um aperto no peito, sabe? Daqueles de quero mais, de desejo de voltar no tempo. Não pra mudar tudo ou te dizer aquilo que eu nunca cheguei a dizer. Eu queria mudar nada, ter as mesmas conversas, brigas e juras inúteis daquilo que costumávamos chamar de amor. Queria te dizer, apenas e unicamente, que cinco anos não foi suficiente e que nem dez anos serão. 
      Uma vida não é suficiente, bem meu. Você continua vivo em todas as paredes, do mesmo jeito que costumava ser quando nelas ainda havia fotos suas. Quando nelas eu ainda guardava todos os seus bilhetinhos. 
      Quando você costumava existir, e nós também.   
      Você continua aqui, do lado esquerdo do peito. Não tão forte e sadio como antes, logicamente. Já abri muito espaço pra outros e sei que vou continuar abrindo. Vou continuar traçando essas linhas e linhas sem você, totalmente sem você, porque sua hora de voltar já passou, e junto com ela, foi-se minha esperança... Ah, já não era tempo de esperar.
      Mesmo assim, negar que é díficil ainda ver-te com aquela que nos separou, meu bem, eu não vou. Mas também não vou mentir dizendo que nenhuma ponta minha gostaria que tudo tivesse sido diferente e mais claro, mais simples pra nós dois. Muito menos dizer que quero que acabe logo, e que você perceba que isso tudo é tão palpável e frio, como eu sinceramente gostaria que fosse.
      Mas sei que não é... 
      Sei, mais do que ninguém, que hoje estás mais feliz do que nunca fora antes, de um jeito que eu nunca fui capaz de fazer-te. Sei também como sua alma implorava e agonizava por isso, meu bem e, por isso, não faria nada para estragar, nem em um milhão de anos. Não contaria a ela tudo que sei, não pularia em tua frente ou diria tudo que há meses sufoco na garganta para não te dizer. 
     Por nada no mundo, romperia a mais alta súplica do teu coração para outro coração.
     Mesmo que esse outro não seja o meu.

- Em Tenebris
    

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