Eu sou tempestade e você é rio calmo e límpido.
Você é tudo aquilo que eu imaginei que eu quisesse,
era o certo, o óbvio, o sentido que eu pensei que precisasse.
Eu sou furacão e você é brisa calma e passageira.
Você é
fácil como final de tarde de verão, com o sol beijando nossas peles e o barulho
das crianças correndo no quintal. Eu sou noite fria e tempestuosa de inverno.
Eu quero correr, gritar, vencer o mundo e ganhar o dia. Você só quer chegar ao
final do dia.
Tudo bem o
diferente; tudo bem o oposto. Por todos os nossos dias fomos certos e demos certo. Mas eu
achei que seriamos certos por todos os meus dias – e não ter você era
inaceitável, improvável, impossível. E olha eu aqui.
Finalmente
podendo ser eu de novo. Como sempre fui.
Tempestade.
Furacão. Noite fria e tempestuosa de inverno.
Conhecendo
gente, desejando outros corpos e pensando que talvez você não existisse em mim
tanto quanto eu gostaria que sim.
Você me salvou.
Surgiu quando a tempestade era a maior de todas, a mais sufocante e
dilaceradora possível. Quando a escuridão me engolia e eu pensei que não fosse
aguentar, quando eu estava perdida, você me encontrou. Você tirou com a mão
todos os resquícios de dor que existiam em mim e me mostrou que era possível um
amor calmo e sereno. Que era fácil andar de mãos dadas pela cidade e adormecer
nos teus braços nas noites de sábado. Eu estava cansada do difícil. E você era
o fácil que eu pensei que precisasse.
E eu sorri.
E eu amei. E me entreguei.
Amei-te tão
profundamente que vaga é minha lembrança de um momento em que não te quis todo
pra mim, em que não quis entregar-me a ti eternamente diante de Deus e de todos
os presentes. Sonhei com o nosso castelo, a nossa casa e com nossos filhos, e,
mesmo sonhando sozinha, planejando sozinha, nunca amei sozinha. E o triste é
amar sozinha.
Como acho
que você está amando agora.
Te peço perdão. Humildemente e desesperadamente te peço perdão por não te querer mais. Peço
perdão por estar vivendo, e bem, sem você. Como nunca pensei que seria capaz.
Eu te amei tanto que o peito chora agudo ao lembrar; mas percebi que pra te
amar eu me apagava e, meu amor, eu quero incendiar.
Finalmente vi que você é rio calmo e límpido enquanto
eu sou a mais forte das ondas do oceano. E eu preciso de um amor como eu sei
amar - aos gritos, batendo contra as pedras e lutando contra a maré brava.
Por anos me convenci de que eu precisava de um oposto
para me acalmar. Mas enfim enxerguei que eu não quero me acalmar. Eu quero
gritar aos quatro ventos a tempestade que sou. E você acalmava meus ventos e a
chuva parava...
Sempre
parou.
- Em Tenebris
Esse texto disse mais do que meu estômago aguentaria as 02 da manhã de uma noite fria na Irlanda...
ResponderExcluirEsse texto foi a libertação de alguém que quando achou que tinha encontrado a liberdade, dependia do outro pra ser livre.
Você alto Vica.
Apesar das mudanças
Do constante movimento
Lembre-se de qie você tem um Pai a obedecer, um Senhora servir, um Deus pra adorar, um Salvador maravilhoso e um consolador doce e que quando a gente tem isso, ou melhor, quando nos pertencemos a isso, nada acontece sem motivo.
Eu amei o texto e a ideia do blog
Acho lindo que você tenha voltado a escrever como contou no Instagram, esperocmais textos tão profundos e verdadeiros quanto esse.
Bjs
Tayana Alvez
Isso foi tão lindo e triste ao msm tempo, incendeia vica,vc é puro fogo alcance o topo do mundo pq vc foi feita p voar����
ResponderExcluirNóh
ResponderExcluir