14.7.14

Queria não ter mais palavras sobre você

A triste verdade é que todos nós estamos sentindo a falta de alguém. 
E esperando que não importa onde eles estejam, eles estão sentindo nossa falta também.

Às vezes eu acho que vou enlouquecer se passar mais um dia longe de você.
Mas quando foi que eu estive perto?
Nunca estive. E este é o maior dos problemas.

Isto não é um poema, não é uma crônica, nem um conto ou uma carta. Não sei o que é.
É um reflexo borrado do pouco de ti que ainda resta em mim: uma cópia perfeita da confusão que se estende em meus rios internos há anos e custam em tentar te afogar.

Sinto tua falta como se tivesse estado do teu lado algum dia. Sinto teu cheiro nos outros como se eu conhecesse o aroma. Sinto a falta dos teus dedos nos meus como se isto já tivesse acontecido antes. Sinto tua falta como se um dia você tivesse sido meu.
E não foi. Nunca foi.
Não é agora que vai ser.

Pensei não ter mais palavras sobre você.
Parece que eu sempre vou ter.

Cinco anos não foram suficientes.
Nem mais mil dias serão.
Você é o mais bem construído de todos os meus personagens. De longe o que mais amei. Risos. Falar "de longe" quando o assunto é você me parece irônico, sarcástico. Praticamente uma metalinguagem da nossa história: falar dela dentro dela. Ou então agora, onde estou dizendo apenas uma parte de todo o nosso todo: metonímia. E lá venho eu... falando de figuras de linguagem de novo, justo as que você sempre odiou.

Tenho um "quê" psicótico por tudo e qualquer coisa que você um dia tenha odiado.
Tenho um "quê" psicótico por você. Ainda tenho.

Me pergunto se ainda se lembra.
Se lembra do meu nome e dos meus cabelos enroladinhos.
Você costumava gostar deles. E de mim.

Muito tempo se passou, eu sei. Não te peço nada. Ou peço tudo, não sei.
Às vezes me imagino em Jacarepaguá, sim, ainda.
Mergulhada em teus bracinhos, cantarolando aquela música para ti.
Mas agora estou em Maringá, mergulhada em minhas lágrimas saudosas, cantarolando aquela música para mim.

Essa é a maior de todas as minhas escuridões.
Fazia tempo que não escrevia para você.

Que saudade de ti, Raphael.

- Em Tenebris

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